As buscas da PJ na luz e o arguido nada surpreendente.

  Hoje o dia ficou marcado pelas buscas da PJ nas instalações do estádio da Luz e à casa do "Primeiro Ministro" Luís Filipe Vieira, no âmbito do caso dos e-mails. Muita é a especulação e muitas são as mentiras que andam a circular nas redes sociais, mas o que realente se sabe é o que foi noticiado pela comunicação social, e já sabemos que muita da comunicação social é controlada pelo Polvo.
  Pouco tempo depois de terem sido feitas as buscas, o Benfica emitiu um comunicado no seu site oficial, onde disse que "disponibilizou-se a fornecer toda a informação necessária" e pede a responsabilização de "quem sistematicamente tem cometido diversos crimes". Neste comunicado pode-se ler ainda que esta operação peca por tardia.
  De facto estas buscas aconteceram por tardia. Eram para terem sido efetuadas no verão, mas o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa não cedeu as procurações necessárias para essas buscas. Segunda a revista Sábado, foi o juiz Jorge Marques Antunes, no seu último dia serviço na Instrução Criminal (foi transferido depois para outro tribunal) que decidiu não dar as procurações. Assim, o Benfica conseguiu ganhar mais uns meses para fazer uma limpeza aos seus servidores, o que segundo a revista Sábado aconteceu. Eliminação de provas é crime! 
  Há 3 dias atrás, João Correia, porta voz da equipa de advogados do Benfica, "convidou" a PJ  e o Ministério Público a fazerem uma visita instalações do clube. "É absolutamente essencial que o Ministério Público e a Polícia Judiciária venham aqui a esta cada e verifiquem se aquilo que é divulgado pelo porto Canal corresponde ou não à realidade", disse o advogado ao site oficial do Benfica. Se convidaram as entidades competentes é porque a casa está limpa. 
  Está claro para todos que a PJ não vai encontrar quaisquer provas para incriminar o Benfica.
 A Procuradoria-Geral da República também emitiu um comunicado instantes depois da terem terminado as buscas.
Ao abrigo do disposto no art. 86.º, n.º 13, al. b) do Código de Processo Penal, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa torna público o seguinte: 
No âmbito de um inquérito da 9ª secção do DIAP de Lisboa foram emitidos mandados de busca domiciliária e não domiciliária, relativos a investigação em curso pelos crimes de corrupção passiva e activa.

No inquérito investiga-se a prática, por parte de um suspeito, dos referidos crimes, relacionados com os denominados emails do Benfica.
A operação encontra-se em curso, contando com a presença de 4 magistrados do Ministério Público, 2 Juízes de instrução e 28 elementos da PJ, incluindo Inspectores e Peritos financeiros e contabilísticos e informáticos.
O inquérito encontra-se em segredo de justiça.
  Esse suspeito é Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica e um dos nomes mais mencionados no caso dos e-mails. 
  Não se sabe ao certo a razão que levou a constituir Paulo Gonçalves como arguido, contudo o jornal Público afirma que o foi por ser... advogado. A notícia refere que fonte do Benfica afirma que a constituição de arguido reside nas "exigências do próprio estatuto da ordem dos advogados que assim determina sempre que um advogado forneça informação num âmbito de um processo".
  Então Paulo Gonçalves foi constituído arguido por causa da sua profissão?  E os outros advogados não foram constituídos arguidos porquê, porque não dão informações? Mais um ato da comunicação social pró-Benfica, mandando a mensagem cá para fora de que nada de grave se está a passar. O Polvo está a fazer o seu trabalho.

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