Análise ao mercado: saídas
O mercado em Portugal e da maioria dos países da Europa encerraram ontem, por isso não deverá ocorrer nenhuma mexida, pelo menos nenhuma mexida importante, no plantel do FC Porto.
O FC Porto, como toda a gente sabe, está a passar uma fase economicamente muito sensível, muito graças às muitas falhas de casting, algumas bem caras, e à contratação de jogadores que já se sabiam à partida que nunca iriam jogar no FC Porto. Esta situação delicada levou a que o FC Porto esteja sob vigilância da UEFA até 2020 e por isso o clube teve de se mexer no mercado de forma diferente. Algumas das jóias da formação foram as vitimas dos erros cometidos no passado e esperava-se a saída de mais peças-chave, o que, felizmente ou não, não aconteceu. Danilo Pereira foi um dos jogadores mais cobiçados neste mercado, tendo-se falado muito do interesse do PSG pelo jogador, mas o clube francês preferiu investir grande parte do seu dinheiro para a frente de ataque.
Segue-se a análise às saídas neste mercado de transferências.
-Diogo Jota: Depois de ter brilhado ao serviço do Paços de Ferreira, o jovem avançado português foi contratado pelo Atlético de Madrid na época passada e emprestado de seguida ao FC Porto. Apesar de não ter sido titular indiscutível, Diogo Jota fez jogos muito bons ao serviço do FC Porto. Foi noticiado que o FC Porto iria tentar um novo empréstimo do jogador, desta vez com opção de compra, mas o Atlético acabou por ceder o jogador ao Wolverhampton.
Também se noticiou que o FC Porto o poderia ter contratado a título definitivo ainda quando Paulo Fonseca era treinador do FC Porto e Jota jogava nos juniores do Paços de Ferreira, mas Antero Henrique estavam mais virados para a contratação de jogadores africanos de qualidade duvidosa (nada contra os jogadores africanos) do que para jogadores portugueses.
-Laurent Depoitre: Na época passada, Aboubakar foi cedido ao Besiktas por empréstimo e o FC Porto comprou ao Gent o avançado belga Depoitre por 6 milhões de euros. Segundo o que foi noticiado, Depoitre foi um pedido expresso de Nuno Espírito Santo. O jogador disse, mais tarde, que desconhecia o interesse do treinador.
Para emprestarem um jogador e contratarem outro pelo valor de 6 milhões de euros é porque, em principio, o jogador contratado é melhor. Aconteceu justamente o contrário. Depoitre jogou muito pouco (582 minutos) e marcou apenas 2 jogos, menos um golo que Aboubakar marcou no jogo contra o Moreirense.
A SAD assumiu o erro e vendeu Depoitre neste defeso por um valor entre os 3 e os 4 milhões de euros ao Huddersfield, clube da primeira liga inglesa. O jogador acabou por dar prejuízo ao clube, mas a sua saída foi a melhor opção.
-André Silva: O jovem avançado era um dos jogadores mais queridos dos adeptos do FC Porto, por isso não foi com muito agrado que viram o jogador formado no FC Porto rumar para o AC Milan por 38 milhões de euros.
Apesar de ter terminado a época como suplente (o jogador fez uma série de jogos completamente à nora, possivelmente por não ter percebido o que o Nuno queria dele depois da chegada de Soares e/ou não ter realizado as tarefas a si dadas da forma pretendida), André Silva, com apenas 21 anos, marcou 21 golos na época passada, 5 destes marcados na Liga dos Campeões e 16 na liga portuguesa. Não é qualquer jogador que faz isto.
Creio que André Silva foi vendido por um bom preço. Talvez nem valha os 38 milhões. Contudo toda a gente acredita que vai valer muito mais. Acredito que inicialmente o FC Porto não tinha planos para o vender, mas os jogadores da casa são aqueles que dão maior rentabilidade financeira, pois o FC Porto detém quase a totalidade do passe. E o FC Porto precisa de dinheiro. Se tivesse ficado pelo menos mais uma época provavelmente seria vendido pela cláusula de 60 milhões de euros.
-Rúben Neves: Pinto da Costa chegou a dizer que queria que Rúben Neves jogasse durante muitos anos no FC Porto, mas as condições financeiras do clube fizeram com que mais uma das jóias das formação fosse vendida.
O Rúben jogou poucos minutos porque à sua frente estava Danilo, por isso não se podia pedir mais do que os 18 milhões de euros oferecidos pelo Wolverhampton, conto a sua qualidade futebolística é inquestionável e foi com muita pena que vimos o jogador de apenas 20 anos partir para a segunda divisão inglesa.
Mais um caso onde a má gestão da SAD comprometeu o futuro do clube.
-Willy Boly: A contratação do central francês por 6 milhões de euros ao SC Braga foi bastante questionada. Boly cumpriu sempre que foi chamado para jogar, mas o valor que o FC Porto pagou foi muito alto para os minutos que jogou (1003).
Sérgio Conceição, que já treinou Boly e que pouco minutos lhe deu, dispensou o jogador quando chegou ao FC Porto. Boly foi cedido por empréstimo, com opção de compra, ao Wolverhampton.
Mais um tiro ao lado.
-Bruno Martins Indi: O jogador chegou ao FC Porto com o estatuto de craque e como titular da seleção holandesa que acabou o campeonato do mundo de 2014 na terceira posição. A forma como jogava na Holanda e na seleção escondeu a sua maior fraqueza: o jogo aéreo.
Martins Indi foi cedido na época passada ao Stoke City com opção de compra que não foi accionada no final da época. O central chegou a fazer alguns jogos de pré-época ao serviço do FC Porto, tendo mesmo sido apresentado aos adeptos, mas o Stoke decidiu por fim fazer uma proposta de 7 milhões de euros que foi aceite pelo FC Porto.
-Rafa Soares: No ano passado, ainda antes do arranque da pré-época, Pinto da Costa disse que o lateral formado no FC Porto iria fazer parte do plantel da época 2016/2017, mas tal não veio a acontecer e também não vai acontecer esta época. O plantel desta época está recheado de bons laterais, por isso Rafa não iria ter espaço no plantel. Cobiçado por grandes clubes europeus, o lateral de 22 anos acabou por ser emprestado ao Fulham por uma época, onde seguramente irá crescer. Só se questiona o porquê de o empréstimo ter opção de compra.
-Mikel Agu: O trinco nigeriano formado no FC Porto era quem iria substituir a vaga deixada por Rúben Neves no plantel, mas o atleta não convenceu Sérgio Conceição e acabou por ser emprestado ao Brusaspor, da Turquia.
-João Carlos Teixeira: Chegou na época passada ao FC Porto por custo zero depois ter ter terminado o contrato com Liverpool. Este é um jogador que mostrou qualidade mas que tem poucos minutos enquanto jogador sénior. Não foi aposta de Nuno e também não ia ser aposta de Sérgio Conceição, por isso o empréstimo de uma época ao Braga, sem opção de compra, foi a melhor solução para o jogador.
-Rui Pedro: O jogador de 19 anos chegou mesmo a passar à frente de Depoitre na época passada, contudo Sérgio Conceição acha que não chegou o momento de se afirmar no clube. Foi ontem cedido ao Boavista onde deverá ganhar mais minutos de jogo na primeira liga.
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